Nuno Abrantes 739 h/m2

A vida de arquitecto é repleta de emoções. Como ultrapassar a dimensão épica do processo de projecto e construção da obra?

«Um diplomata português a viver em África consulta as páginas amarelas para encontrar um escritório de engenharia que lhe faça o projecto de ampliação da sua casa. Seguindo a ordem alfabética, a, b, chega então ao escritório do meu pai, que felizmente tem um nome que começa por a, logo seguido de um b, e por ser engenheiro, estava na secção decisiva.

O telemóvel toca. O meu pai pergunta-me se posso ir no dia seguinte ver uma casa, para ampliar.

– Sim, com certeza. Onde é?

Lembrei-me de que um dia me pediram para desenhar um corrimão num apartamento de três andares na Foz. No final tinha desenhado tudo menos o corrimão. Normalmente isso acontece quando um cliente não sabe bem o que quer e espera que o arquitecto saiba o que ele quer. Não seria este caso, mas, até ver, fiquei na expectativa.»

  • Opúsculos: n.º 13
  • Dimensões: 20 p., 15,0×22,5 cm
  • Edição: Dafne Editora
  • Data: Dezembro de 2008
  • DL: 246357/06
  • ISSN: 1646-5253
  • Design: Manuel Granja